Pelo silêncio,talvez venha a paz.

A partir de certo momento da vida passamos a entender algo que,dependendo de estado de espírito jamais entenderíamos.A cada minuto a vida se renova,o que era bom tornou-se caótico e o que era moléstia, como uma proteção pra os próximos males.
Sinceramente,não compreendo essa forma irônica que as pessoas de fora sintetizam os sentimento.Como se tudo fosse um mero teatro,derespeitando o que viver é.E o pior:ter frio e mesmo acompanhando das melhores pessoas,sentir-se sozinho e perdido.Então,uma busca divina ou egocêntrica?
Todo ser tem que ir embora um dia,ou da vida dos outros ou da própria vida.Difícil mesmo é estar sozinho,e sozinho consigo mesmo.Eu lhe desejo força.Eu lhe disse e direi sempre :contigo estarei,até o fim dos tempos e espero que esteja consciente disso.
(o texto é pequeno,mas é sincero)

A verdade.

A verdade é essa. Nunca estaremos preparados para a verdade. Criamos sempre uma versão mais bonita, da parte que mais nos assusta. Colocamos cor na parte sépia da nossa vida, adianta?
Ontem (27/02), comecei a sentir um aperto no coração que não sentia a muito tempo. O ar sumiu de dentro de mim e meus olhos estavam molhados como a muito não ficavam. Inchados por uma noite mal dormida, mal aproveitada, mal proveitosa. Sentia um grito bem calado dentro do meu peito que queria sair, e como a boca não estava aberta e disposta a expulsá-lo, os olhos o fizeram.
Um silêncio. Um apito. Um silêncio. Se ouviu em todos os lugares o mais frio e absoluto silêncio. Que nas minhas costas caíram. Como se bigornas me puxassem minha garganta pra fora da minha boca.

Como nesse momento eu queria ter a voz da JJ, pra poder gritar aos ventos o que eu tenho sentido. Ou o talento de JH pra quebrar uma guitarra gloriosamente.
E como uma torre, como uma ponte, como um corrimão de apoio eu me mantive, pelos olhos de todos, quando meu coração estava surdo de tanto ouvir os gritos da minha alma, calada por tanta dor.

"Like a ball and chain". Assim eu me sentia, jogada num oceano como se estivesse acorrentada à uma bola. Só pensava em trazer todos à superfície. Só precisava ser trazida à superfície. Mas como disse em outros lugares, parece que ainda continuo andando em um labirinto de um só.
Hoje, às 11h um apito gritou no coração de todos aqui. Uniu aquilo que parecia "água e óleo". Separou aquilo que parecia ser um contraste legal. Mostrou o que havia por baixo de uma máscara e abriu os olhos de todos.

Ela partiu. Com seus sorrisos, seus jeitos, seus olhos alegres e sempre com esperança, com sua fé e com um pedaço de todos nós. Nada vai mudar isso.

"O que mataria a dor de um Serial Killer?"

A dona do Mundo



Combination - Meisan - deviantart.com

Eu já tinha tudo.

Tinha a coragem, o medo e a vontade. Tinha dinheiro, o lugar e a seda. Tinha a garrafa, o fogo e o binóculo. Tinha o vento, o tempo e o barco. A música, o café e as imagens.

Tinha as palavras, os ouvintes e os leitores. Tinha Deus, o mundo e o fundo. Eu tinha os cantores, esportistas, esportes e o sedentarismo.

Tinha leite e a canela, a carne a pimenta, tinha o copo e a Coca-Cola, o vaso e a rosa. Tinha hortelã e abacaxi, a camisa, a calça e o tênis. Tinha a força, a corda, a alavanca e o poço. Tinha balde também.
Tinha o túnel e a luz. Eu tinha o escuro e a lanterna. Tinha velas, cones, meio-fios, postes, hidrantes. Todos os hidrantes. Tinha o caderno e as canetas. Todas as cores. Tinha pó. Tinha base. Tinha corretivo.

Tinha todas as chaves e a chave de tudo. Tinha pulseira, pulso e pulsação. Tinha brinco e alargador. O furo e o brinco. O buraco e a jóia. Tinha o caminho e a carona.

Tinha o nascer e o morrer do sol. Tinha montes e todos os vales. Tinha o roxo e o vermelho. Tinha lápis, pincel e tinta.

Tinha o esboço e a arte final. E PF, JJ, JH, JM, TD, TC, JC, BD, LZ, DP, BS, ME, OP, MM, RA, HI, NR, CE, NI, AC... Tinha guitarra, baixo e percussão.

Tinha todos os pronomes pessoais, todos os pronomes de tratamento e os verbos também. Tinha saudade. Tinha o veneno e o antídoto. A doença e cura. O remédio e a bula. Eu tinha o geral e os detalhes.

Tinha a faca e o queijo. E de brinde ainda tinha o pão. Tinha o abajur e duzentos e vinte volts. Tinha dicionário, os livros e as estantes. Tinha meias sockets, 3/4 e 7/8. Sutian, calcinha e bolsas. Tinha o arco-iris e tinha o cabelo. Tinha a chance e a linha de chegada nas mãos. Tinha o jeans e o couro. Tinha o preto e o marrom.

Tinha o bacon, o hamburguer e a cerveja. Tinha os jogos e o rock. Só me faltava você.

Muito prazer.


















Pablo Picasso, Guernica, 1937.



Boa noite caros leitores do VD.Me chamo Laiane , fui convidada a escrever aqui e me sinto lisjongeda.Todas as quintas postarei alguns textos e um tema que só será revelado na próxima postagem,mas garanto que é muito bom.Sabe gente,é que um pouco de mistério deixa tudo mais agradavél.
Até semana que vem,ou antes,com meus textos estranhos.Beijos,Laiane.

Ela Partiu


Um dia, eu cheguei no mesmo lugar onde eu a via todos os dias, e só encontrei o lugar cheio de vazios. Nenhuma porta trancada, nenhuma janela fechada. Eu sabia: Ela partiu.
Eu sentei no banco de madeira, com pregos enferrujados e comecei a lembrar do dia que ela chegou. Com seus shorts jeans, seu tênis imundo e camisa do PF, depois com seu vestido marrom, com suas calças largas, seu cabelo bagunçado, seu óculos mal desenhado, seu lábios vermelhos, seus labirintos pintados assim também. Quando ela entrou em casa, em minha casa e na casa deles, parecia que as paredes tremiam. Nunca vi algo de cento e cinquenta e dois centímetros estremecer uma obra tão grande. As paredes verdes pintadas nunca mais foram as mesmas depois dela.
Eu vi ela chegar, mas não sei a quanto tempo ela partiu. Só sei que ela se foi, e me deixou num quarto cheio de vazios. As minhas paredes se calaram, pra ouvir meus lamúrios. O chão se fez mole, pra que eu repousasse meus cabelos. Meu violão está afinado, minha voz está rouca, e meu pequeno vermelho rouxinol partiu. Cansou dos meus olhos. Cansou da minha voz, ou nem se cansou.
Agora, eu tento arrumar palavras, nomes, vozes, pra encher o vazio que ela deixou. E eu sei queela partiu. Só disso que sei. Porque não é está como quando você sabe que seus pais vão voltar de uma viagem. É como se tudo fosse apenas um sonho e nada mais.
Agora até minhas veias chamam seu nome, que ecoa no meio dos vazios. E eu ví que nem no alvo eu estava. Eu estava nela. E agora que ela já não está, onde eu estou?
Quando ela chegava, causava. Não pela sua beleza, mas porque quando abria a boca, saía um leão maior que ela. E a voz... que voz! Ela cantava quase como um sussurro, mas pra me chamar pra perto, pra ouvir melhor, e me beijar com boca de café e fumaça. E me olhava com seus olhos cor-sem-nome e quando eu olhava pra ela, ela se esquivava. E eu não entendia se era um convite pra olhar mais perto, ou uma fuga do que era incerto.
As vezes, me sentia em suas mãos. Totalmente dominado por pequenas mãos de dedos finos, e palma gorda. Suas unhas desenhavam grandes arcos nas minhas costas. Eu tinha sorte. Muito azar. Um azar dentro de um biscoito da sorte. Um centro dentro de um alvo.
E agora, se foi. Levou meus vícios. Levou meu ar. Ela partiu, ela sumiu, ela se foi. Me deixou num quarto vazio, com frases, sem frases, com paredes vermelhas como seu cabelo. Ela partiu.

O Drama de um Detetive Sentimental em Busca de um Serial Killer Amoroso - Um Romance Noir

Já faz duas semanas que estou no encalço deste perigoso meliante. Ele é um mistério, e os mistérios são tão fascinantes! Há duas semanas que mal como, não durmo, e não paro de pensar. Pensar é meu mal. Meu maior defeito. Minha doença. Quem me dera poder calar o meu pensamento. Quem me dera poder enfiar uma faca nele, ou dar um tiro de trinta e oito. Quem sabe assim ele não se cala! Pensamento idiota! Parece um garoto burguês, birrento e hiperativo. Pula, grita, apronta, chora, corre veloz e irrefreável. Mas nunca para. Nem na hora de dormir! Quisera eu ter um trinta e oito! É nessas horas que me arrependo de não ter servido o exército. Agora tenho que tolerar esse moleque birrento. Atualmente ele só quer buscar uma coisa: encontrar esse terrível meliante. Ele é minha obsessão, meu eixo, meu objetivo, meu alvo. Eu não sou normal. Não sou uma pessoa centrada, organizada, batizada, coisada. Eu tenho sérios desvios de personalidades. E a principal delas, a minha marca de nascença, é justamente a minha obsessão doentia por mistérios. Os mistérios são tão fascinantes! Quando pequenino, meu desenho favorito era Scooby Doo. Mas com o tempo eu vi que todas as soluções eram tão óbvias que nem valia a pena assistir. A única coisa que realmente me fazia assistir o desenho era a Velma, que fazia o meu gênero de garota. Até hoje tenho esse padrão de beleza. Sempre me interesso por garotas que tenham esse mesmo estilo dela, e, principalmente, a mesma inteligência dedutiva. Isso é justamente o que a deixava mais sexy! O jeito como ela graciosamente resolvia os mistérios... Sempre busquei a minha Velma nas garotas com quem me relacionei. Busco nessas garotas aquilo que não pude realizar com a Velma, já que ela é só um cartoon. Ah, quem me dera, conhecer Hanah e Barbera, para me dar uma Velma! Amanheci com um jeito meio poético hoje. É o que acontece comigo sempre que eu amanheço por mais de três dias sem pregar os olhos. Vai ver que é por isso que eu pisco tanto. Quando eu cresci, comecei a me interessar por coisas mais adultas, como Batman e Death Note. Nossa, L era meu ídolo, e Raito era meu ídolo! Meus olhos faiscavam de ver os dois se enfrentando em jogos de mistério tão acirrados! Algumas vezes, não muitas, eu conseguia me antecipar a eles, e prever algumas reações. A sacada é que eu não agia como se fosse uma situação real. Eu nunca tentei entrar na mente de L ou de Raito Yagami. Porque eu sabia que o mundo em que essa hitória acontecia, por mais similar que fosse com o nosso, ainda era um mundo que só existia na mente insana do autor. Aí é que eu entrava. Sempre tentei entrar na mente de Takeshi Obata. Ele era meu objetivo. Eu desvendei a mente dele. Sim, posso dizer isso sem medo de ser pedante. Nos últimos volumes do mangá, eu já era capaz de "adivinhar" cada passo do próximo. Eu me sentia o próprio autor. EU era Takeshi Obata! Meus colegas da época chegavam a ficar putos, porque eu sempre adivinhava o próximo volume. Alguns, indignados, pararam de comprar. Achavam que eu havia descoberto alguma fonte secreta por onde as resenhas estavam vazando. Não deixa de ser verdade. A fonte era a própria mente de Takeshi Obata. Nessa mesma época, comecei a conhecer meus mestres, irredutíveis: Augustin Dupin, que vem a ser um avatar de Edgar Allan Poe, Hercule Poirot, que vem a ser um avatar de Aghata Crhistie, e Sherlock Holmes, que vem a ser um avatar de Sir Arthur Conan Doyle. Não faço nada sem consultar meus mestres. Claro, sem contar com inúmeros outros não mestres mas que foram essenciais para o aprofundamento do meu desvio de personalidade, como Rubem Fonseca, com seu Mandrake, ou Marcos Rey. De certa forma, eles foram responsáveis pela minhas exdrúxulias. São meus mentores. Meu professor Xavier. Eles me ensinaram a usar minha loucura, ou habilidade. Eu via mistérios em tudo, e tentava decifrar tudo. Resolvia todas as questões de matemática antes de o professor passar pro resto da turma. Cruzadinha? Sudoku? Era o primeiro. Nas provas eu nunca estudei. Sempre descobria as respostas só de ler as questões e observar o meu redor, e recorrer à minha memória que é como um gravador. Eu só ouvia os professores falando. Nunca anotei nada. Eu até decorei todas as normas de geografia. Sabia citar de cor. Uma vez eu usei as regras dele contra ele mesmo. Óbvio que eu fui suspenso por três dias, porque ninguém pode desafiar a autoridade escolar e ficar impune. Ainda que saia como herói. Foi então que eu descobri que nunca se deve entrar em confronto direto com os alvos. Eu comecei a endoidar cedo, e hoje eu vivo da minha loucura, da minha capacidade de dedução. Minha mãe sempre achou que eu não ia ganhar dinheiro, que eu não fazia nada, não tinha nenhuma especialização, só ficava vadiando com aqueles quebra-cabeças ridículos. O único quebra-cabeça que eu nunca consegui montar até hoje foi minha mãe. Não sei se é porque ela tinha a cabeça dura. Nunca vou entendê-la. Nem August Dupin pode entendê-la. É com um gosto frio de vingança que eu mando um dinheiro pra ela todo mês. Eu nunca vi o rosto dela nem o que ela fala, mas pra mim é muito fácil deduzir. Olhe pra mim agora, mamãe! Eu vivo da minha loucura, eu compro suas pílulas com a minha loucura. É essa loucura que quer me levar ao fim.
Esse larápio desgraçado está consumindo todas as minhas energias. Só penso em desvendar esse mistério dia após dia. Esse é um dos mistério mais difíceis da minha vida: perseguir um serial killer sentimental. Nunca fiz isso antes. E sabe o que é mais assustador? É que a vítima sou eu. Eu sou um investigador precoce da minha própria morte. Sou o abutre da minha própria carniça, eu que sempre me alimentei da carniça dos outros.
Eu sei que todo serial killer tem um desejo oculto: ser descoberto! Sim, essa é a ironia de toda a história. O serial killer é, por natureza, uma espécie de artista, e todo artista só que uma coisa: chamar atenção. Ainda que isso seja permeado por outros fatores, como por exemplo: a busca da beleza, ou a transformação social. Os serial killers são capazes disso tudo, e precisam de muita "arte" para fazer o que fazem. E, é obvio, eles querem reconhecimento, e até recompensas por isso. Com um killer sentimental não havia de ser diferente. Ele quer ser reconhecido, ele quer que eu o pegue. Nós somos personagens de um "teatro do improvável" sinistro. Somos os atores de um stand up comedy demoníaco. Temos funções bem definidas: o killer quer ser perseguido, e eu quero perseguí-lo. Mas por que ele quer ser perseguido? É justamente isso que me intriga. Porque se eu descobrir isso, então terei matado a charada. O que o serial killer quer comigo? Quer me matar? Quer se vingar de mim? Quer me destruir? Pegar meu dinheiro? Sugar o meu cérebro? Tudo o que sei é que esse killer é tão doido quanto eu. Somos como o Batman e o Coringa. Batman não mata o Coringa por princípios, e este mata o Batman porque ele o diverte. E até certo ponto, será que o Coringa, na verdade, não diverte o Batman? Será que o Batman ama o Coringa? Não quero injetar nenhuma conotação homossexual aqui. Quero apenas ilustrar minha relação com este serial killer. Os serial killers tem um jeito próprio de chamar atenção para si, de serem pegos: Eles deixam rastros. Rastros que são feitos para parecer displicência, para parecerem que não devem ser seguidos, mas na verdade são cuidadosamente deixados no caminho. E o padrão. Seria tolisse achar que sou a única vitima desse killer, assim como o killer não é meu único caso. Mas atualmente é minha mais forte obsessão. Eu não desisto enquanto não resolvo um mistério. Essa é minha vida, minha paixão, o único rumo da minha estrada entediante.
O serial killer em questão já deixou algumas vítimas pelo caminho: um bobo da corte, um trovador e agora um menestrel. Dá pra perceber aí uma certa predileção, mas confusa. O único que obteve a graça do serial killer, até o momento, foi o menestrel. A única coisa certa é que nenhum deles tem mais alma nem coração. Onde está o coração deles? Mergulhado num vidro de formol? Trancado numa caixa de vidro? Porque tanta fome por músculos cardíacos? Eu queria saber. E também porque o meu está na lista negra (ou na hot list?). Há uma outra vítima cuja identidade é desconhecida ainda. Quem será? O bobo? O trovador? O menestrel? O detetive? Outro? Ela está morta ou ainda vai morrer? Ou talvez seja o primeiro serial killer que deu início ao ciclo de mortes... Talvez seja um killer que tenha destruído a alma do meu atual alvo... Há ainda muitas pistas avulsas: Canções, muitas canções, que, ousadamente, o killer me envia às vezes, como um desafio. Prenda-me, se for capaz! AH! Minhas faces queimam por esse mistérios. Minhas zonas erógenas ficam túrgidas ante tal ensejo! Que relação oculta terão estas canções de ninar com todo o mistério? E, finalmente, que relação terão com aquela chave... A chave que revelará o segredo do meu futuro, do meu triunfo ou da minha morte! O que me faz pensar... o que farei quando desvendar o mistério? Por que farei quando despir a verdade ante meus olhos, e vê-la nua e pura para mim? Porque perseguir tão ávidamente um mistério que pode revelar minha desgraça? Porque tentar descobrir algo que talvez eu não queira saber? Então eu acho a resposta em mim mesmo, na minha compulsão. porque minha função não é entender o que acontece, minha função é revelar o segredo, sem me importar com o que vai ser feito dele. Essa é minha sina. Essa é minha compulsão. Talvez eu seja o verdadeiro serial killer! Talvez eu seja o killer sentimental que tanto persigo, ou um killer de mistérios, tentando matar, de mistério em mistério, os segredos do meu próprio coração. E talvez eu nunca descubra, porque o maior mistério de todos é a natureza humana.

Bem, as opções são limitadas: ou eu pego o serial killer, ou o serial killer me pega, ou talvez eu me entregue ao verdadeiro mistério: a mo

Então.


Olá Leitores do VD, tudo certo?
Novamente venho lhes encher o saco, interrompendo a transmissão para dar mais avisos. Enfim, o blog agora estará com uma nova programação, para melhor atendê-los. Géssica, nossa moviegirl, estará com sua coluna de filmes todos os sábados. Sendo assim, o #musicsaturday morre aí, quando nasce o #moviesaturday. Porém, ele renasce como uma Fênix (tenho andado muito com o D.B.) todas as segundas como #musicmonday. Nos outros dias, continua a não-programação normalmente. Eu e a Laiane (?) postando textos estranhos aqui para vocês.
Outra coisa que é muito importante lembrar é que dia 14 (domingo) é o Valentine's Day (entenderam?). Dia 14 de fevereiro é o dia de São Valentim, dia dos namorados, o dia que deu nome à algumas músicas que deram nome ao VD. Sendo assim, preparem-se pra uma boa coisa. Conhecem um quarto de um canceriano? De uma canceriana? De uma canceriana que não parece canceriana e nem acredita nisso? Conhecerão.

Por hoje é só (eu acho), e amanhã vocês ficam com a Géssica.

Beijos, Anne.

Anna Rosa, por ela


No dia em que o Sol nasceu azul, Anna Rosa pôde sentir na ponta de seus dedos que algo iria acontecer. Nada havia de diferente até a saído do labor, mas a ponta dos seus dedos alguma coisa dizia que tudo mudaria.
De repente ela ouviu em sua mente certas coordenadas que a levariam para um lugar que ela já tinha estado. E como se a JJ estivesse sussurrando a velha música Summertime. Ela podia ouvir tudo, cada acorde, cada trago no cigarro, cada corda vibrando separadamente, o cara da bateria queimando suas ultimas pontas, e a música a levou para o centro do alvo.
Entre milhares ela encontrou o pequeno de capa preta. Entre centenas de milhares, ela já conseguia entender o que causava arritmia e o que tirava o ar.
Ela pulou cercas, avançou mais que suas pernas alcançavam e quando o ar já não entrava mais no seu pulmão, quando JJ dizia: nononononononononononononodontyoucry! O tempo parou, ela pode sair do corpo ao ver seu nome escrito como partituras, por muito tempo houve um silêncio. Por alguns segundos ela poderia cair do Burj Dubai sem nenhum medo de se machucar, por que das letras ela faria uma corda para ajudar a escalar até o topo de novo.
As vozes dos outros foram caladas por um viagem, a luz entrou em copo, tudo havia parado naquele momento, uma pausa bem embassada e espessa.
De onde saíram aquelas palavras? De qual mão poderia ter vindo algo assim?
Naquele momento Anna Rosa se sentiu Anna Rosa, e não mais por quem tanto à chamava. Foi assim, com voz de JJ que dizia que ela iria crescer um dia, tudo tinha ficado bem, até Anna Rosa queimar a chave que abrira esse mundo pra ela. Seus dedos tornaram-se invisíveis, sua voz desafinou, seus olhos perderam o brilho... e assim foi, o dia em que o Sol nasceu azul, para A. Rosa.

Satisfações

Olá Leitores do VD, tudo certo?
Bom, sou eu Anne, que venho por meio desse post pedir desculpas pela não atualização do blog. O que acontece é que estou trabalhando, principalmente nos sábados. Ou seja, minha cabeça anda fervendo sempre, o que é bom porque penso em diversas coisas para escrever, mas é ruim porque fico sem tempo para postar. Logo, o blog passou por 2 sábados sem o #musicmonday, e vocês não imaginam o quanto ele me faz falta.
Para os que ainda não sabem, estou trabalhando como professora de inglês. Por isso tanta demora para atualizar o blog. E outra: é muito provável que eu vá morar só, então uma das coisas fúteis que vou cortar é a internet (não, o blog não é fútil). Então peço a paciência de vocês.
Acho que o #musicsaturday mudará para a segunda, tornando assim o #musicmonday. Mas são planos futuros e preciso da opinião de vocês. Nunca pedi, mas agora eu to pedindo, comentem e me dê idéias para que eu consiga equilibrar vida real e virtual.

Beijos.

Super-exposição

E agora é a vez dela.
Ele levantou a mão e me chamou pra dançar. Colocou-me em seus braços pra que eu pudesse rodopiar. Eu tenho cabelos com cor de ameixa gorda, e meus olhos e lábios seguem o mesmo tom. Meu vestido é como creme que se coloca no café americano e flores ao meu redor.
No meio da dança, comecei a ouvir a música me falando coisas novas. Porque eu estava dançando sobre meus castelos de areia, recém construídos, mas eu ainda ouvia a viola me falar sobre seu velho blues. E eu a segui.
Ela me fala sobre seus velhos amores e dos frutos deles. Me conta seus porres de ópio, das suas viagens de Maria, das noites com Carlos. Fala-me de viagens à outros planetas, me mostra um céu vasto de estrelas, cada uma com sua individualidade.
E eu apenas, segui. Quando dei por mim, eu já estava rodando por outros braços. Mas tudo bem, por que a nenhum deles eu pertencia. Seria só a música e eu naquele momento. Ninguém mais pra estar no meio das preliminares ou nas introduções da música.
Quando numa volta ao mesmo lugar eu vi o nobre senhor, que de nobre já pouco tinha, sentado num bloco de vidro oco, pensando "se viu ou não viu"¹. Parecia irritado, mas mesmo assim, forçava aquele sorriso com dentes cerrados de ódio. Ele não precisou falar nada, nem mesmo me olhar de outra forma, pra que eu me sentisse uma propriedade mal construída dele. A única coisa então que pude fazer, foi dar a ele um pouco da libertação que eu tinha.
E ele dançou, e encontrou no que eu encontrei, uma paz que de longe se percebia. O que eu amava, foi amado por quem eu poderia amar, mas não. Por que levantar poeira foi uma sensação gloriosa, perto da beleza de um amor findável.

¹: Trecho do poema: Num Pacato Vilarejo - Hebe Coimbra

Um bolero


Levantei a mão e a chamei pra dançar. Ela tinha lábios, olhos e cabelos que acompanhavam o mesmo tom. Era assim, pequena por fora, gigantesca por dentro. Havia algo nela como uma droga, me viciava em vê-la dando voltas ao redor dos meus braços. Ela tinha um vestido meio branco, meio cor de nada, meio cor de tudo, com flores na barra e um bordado nos seios. Ela tinha uma linda voz, que era grave e rouca. Escandalosa: é a palavra que define a gargalhada dela, mas não me importo se olham.

Ela dançou comigo, com pés no chão, enquanto a poeira subia e vi notas de violão saindo de suas mãos fazendo círculos que ao redor dela que mais parecia bambolês de fogo. Me hipnotizou, de forma curiosa, com graça e ao mesmo tempo, com uma pitada de malícia. E rodava, e rodava. Quando dei por mim, ela já estava rodando em outros braços e tudo o que pude fazer foi ver.

Eu à perdi pra música. Eu à perdi pra dança. O que eu amei tanto, me tirou o que eu poderia ter amado. Então me pus a pensar, só assim pra entender como não se pode ter tudo na mão. Aí tirei meus sapatos e entrei na dança e na dança eu me deixei levar. Foi aí que entendi que não havia necessidade de querer prender pra mim, o que já era meu por natureza. Que em outros braços ou não, a volta sempre termina no mesmo lugar em que começou.

Senti paz, então pude levantar poeira. E no meio da poeira me perder em nuvens cinzas, nuvens sem cor e coloridas. Névoas completas de Maria e Carlos. Onde me perdi e onde achei ela, dançando entre a poeira, dançando entre bambolês de fogo.