Meu maracatu pesa uma tonelada!

Era uma aula de sociologia que me lembro muito bem. No meio de uma discussão sobre música e contracultura, eu disse ardentemente que o rock'n'roll tinha morrido no Brasil. A professora que não era comum, retrucou e me falou sobre algo que misturava maracatu, samba, reggae e rock. Eu então disse que era ilusão. Ela me disse que eu tinha a mente fechada. Na aula seguinte ela me deu um pen drive, dizendo que eu abriria minha mente com ele. A primeira música, TODOS ESTÃO SURDOS. Senhoras, senhores, cavalheiros e damas... Nação Zumbi.
O mangue é um dos ecossistemas que mais "produzem" e comportam vida. Recife (Manguetown) é cortada por seis rios, rodeada de mangues. Cresceu e logo apareceu. Com ela alguns problemas socio-economicos-culturais. Com eles, cresceu e apareceu um movimento idealizado a partir de tal "produção de vida" que há no mangue. Boys e Girls que decidiram viver longe dessas coisas para que pudessem assim, começar a mudar suas cabeças e então mudar essa história. Então joga nessa panela de barro o Hip Hop, Rock, Samba, Reggae, Música Eletrônica e alguma coisa que ainda não tem definição. Surge da cabeça desses indivíduos que prezam por:tv interativa, anti-psiquiatra, Bezerra da Silva, Hip Hop, midiotia, artismo, música de rua, John Coltrane, acaso, sexo não-virtual, conflitos étnicos e todos os avanços da química aplicada no terreno da alteração e expansão da consciência. Surge da cabeça desses, o MangueBeat liderado e traduzido na banda que leva o nome de Nação Zumbi. Mais que um ritmo, mais que uma banda. Uma ideologia com letras feitas para mudar a cabeça das pessoas. Uma ideologia traduzida em músicas que tem letras ora tão profundas com palavras que parecem ser indizíveis e ora metaforicamente mostra o cotidiano em subúrbios e em centro de cidades, mostrando a influência da mídia e do governo na sociedade.


Idéias talvez ainda à frente do nosso tempo. Algo que não se pode delimitar ou definir. Não é samba, mas tem samba. Não é rock, mas tem rock. Não é mpb, mas ainda assim é música popular brasileira. Não é eletrônica, mas ainda tem a música eletrônica presente. Creio que são de coisas tão completas e vivas que precisamos ouvir. NZ leva a bandeira da originalidade cultural. O criar é presente. O inesperado é seu presente. Seus álbuns ora tão diferentes uns dos outros, parecem ser a continuação um do outro. Músicas que parecem gritos de guerra, que parecem trava-línguas. Tão Brasileiras, tão Pernambucanas.


Tenho a seguinte visão da música brasileira: as pessoas se rendem ao regionalismo. Por exemplo: as pessoas que moram em cidades onde 90% da música ouvida e divulgada é o forró, o forró será ouvido com mais facilidade. Quando um artista, que vem de uma região com músicas tão características, faz algo diferente do esperado pela população, é realmente lindo. A coragem, a garra, a vibração da diferença. VIVA! Mas quando, no meio desse regionalismo, outros vêm com o que tem em mãos, unem ainda a isso o que a região tem, com idéias para mudar essa tal região, é DIVINO! A mudança gerada na cabeça das pessoas, a opinião questionável proposta, ritmos que levam o maior número de "Caranguejos com Cérebro" à desenvolver-se primeiro pessoal e depois socialmente é algo para ser aplaudido de pé.


Não quero nessa postagem falar sobre os álbuns, sobre a estrutura ou mesmo sobre o Chico Science. Quero aqui mencionar minha enorme admiração a criatividade infinita desses caras que saíram do Pernambuco para o mundo, levando na bagagem suas idéias, seu talento, samba-rock-eletro-hip-hop-maracatu. Da lama ao caos e do caos à lama, pra abrir os ouvidos dos que se subordinaram à surdez absoluta. Quero mencionar minha enorme paixão aos que desorganizam para se organizarem, aos que nos levam para um mundo livre, aos que abrem a cabeça para pensar, aos que fecham os olhos para as propagandas.


TOCA NAÇÃO!

Little girl.

Sensualmente natural. Pele branca. Lábios finos. Andar solto. Risada livre. Pensamentos rápidos. Cálculos perfeitos. Mãos quentes. Traços precisos. Vermelho, branco, preto. Uma rosa. Algumas palavras.

Prepare-se para conhecê-la.

Quando o relógio pára.

Então. Não gosto dessa parte de ter que justificar a ausência de postagens. Apesar de tanta coisa pra falar, estou pecando pelo tempo. Sim, há muito a ser dito, mas não há tempo para organizar e dizer. Olha só:


7 am - Acordar/Trabalhar
12 o'clock - Almoço
1:45 pm - Trabalhar
6 pm - Ônibus (viagem de 1h)
7 pm - Faculdade
11 pm - Ônibus
00 am - Chegando em casa
00:30 am - Dormir

Sendo assim, me restam no total, umas 8 horas para dormir e comer. Por isso ainda não terminei o post do Pink Floyd, por isso ainda não postei nada de interessante, por isso o blog anda às traças.

Penso seriamente em fechar o VD. Penso seriamente em passar a bola pra outrem. O que faço?

Não espere por 2012

Denomine-se Gado e aceite essa condição. Só assim você poderá se despir da falsa impressão de ser independente, autonomo, anarquista... Você é só mais uma peça de carne feita pra dar dinheiro ao povo, acostume-se com isso. Desmistifique-se. Sua vida não é livre e o conceito de liberdade que você tem é uma utopia. Depois que você se acostumar com isso você vai entender no que você vive. Abra os Olhos!
Estão nos criando para sermos eternos frios, consumistas, doentes por opção. Olhe ao seu redor. As escolas apenas reproduzem o falso conceito de conhecimento livre, dizendo que hoje o professor é um guia, um mediador? Ele apenas reproduzindo para milhões de pobres o que a elite determinou como importante para vencer na vida. E a pensar? Quem nos questionará sobre o que somos dentro do Sistema? E há como sair disso?
Estamos acostumados a viver dentro de um regime perfeito do Capitalismo. Não entenda perfeito como algo positivo. Apenas entenda como é: um Sistema desprovido de falhas. Venham todos e tentem me provar o contrário. Não é só um Sistema Econômico. É um Sistema de alienação em massa. O que poderia pará-lo é a conscientização de todos, o que é barrado por ele mesmo. Vendem-nos a imagem de vida perfeita que só se tem trabalhando e enriquecendo donos de multinacionais. Vendem-nos os alimentos envenenados para que lotemos as farmácias, loucos por todos as drogas que nos oferecem, tendo que pagar com nossas próprias vísceras.
Estão transformando em nada a única coisa que poderia mover as cabeças para um novo âmbito: a Arte. Faz arte para guiar o povo para seu melhor fim, o suicídio. Filmes, publicidade, imprensa... Pouco a pouco sufocando as idéias de todo uma raça. Distribuindo gratuitamente a frieza. Músicos que se vendem fácil por mais e mais dinheiro. Pra que? Pra ter 100.000 cabeças de Gado em um estádio? Movimentos que se dizem contra-culturais perderam seu sentido. A nova moda agora é competir pelo melhor espaço.
Não se pode falar que um dia acabará pelos impactos naturais. Estamos vivendo esses impactos e você ver o Sistema cada vez mais disseminado em cabecinhas. Mas a mídia nos ensina a não nos interessar por isso. Não enquanto isso lhe for aprazível.
Você já nasce devendo ao Estado que faz o quê com seu dinheiro? O que? 
E eles podem dizer que é errado matar, roubar, destruir? O que estes que se dizem íntegros e que se dizem representantes estão fazendo? O que eles estão fazendo quando nos nega a mínima saúde? O que eles estão fazendo quando nos ensina a aceitar tudo sem questionar?
Chame-me de pessimista, tente mudar meu ponto de vista. No fundo, você só estará tentando negar o que pra você já tinha feito sentido. Então você me fala sobre as crianças... Bom, as crianças são educadas em escolas que públicas ou particulares, têm o mesmo foco (às vezes sem nem perceber): Competição. Um das vertentes do tal Sistema. Competir, sempre, por mais e mais e mais dinheiro. E pra quê? Pra ter aquela primeira imagem de vida perfeita que lava nossas mentes em todos os meios de comunicação. Acorda! Estão vendendo nossas vidas em um leilão! O mundo se rendeu a isso e somos obrigados a nos render. Não há como sobreviver dentro do Sistema sem adotá-lo. Há como você viver aqui sem trabalhar para se sustentar? E o que os que se dizem Hippies estão fazendo? São marginalizados os que vão contra. São taxados como vagabundos e inúteis. Talvez sejam, mas inúteis para servir tal sistema. Então são sentenciados ao isolamento.
Veja a humanidade presa em uma bolha. Observada, tele-guiada, matada todos os dias. Uma bolha de destruição, com pouquíssimos que não se rendem. Pouquíssimos que não adotam esse estilo de vida, aliás, este SISTEMA DE MORTE. Então, junte-se a eles. Resolva fazer uma grande campanha, um grande movimento. FURE A BOLHA... E quando furar veja que o que você pregou foi aceito por centenas de milhares de pessoas. Pessoas que tinham o poder. É o que chamamos de DEMOCRACIA. É o que chamamos de SISTEMA.