Aquela

Aquela vontade de pichar "morra" não se esvaiu. Nem o plano de salvar os gatos e tacar fogo em tudo.

Ainda grita em mim a ânsia de destruição. Não me encha a paciência, nem tente me cortejar com poesia.

Vá a merda!

pra viagem, por favor.

giantflyingturd.deviantart.com
meio diazepan, meio captopril e duas gotinhas de dipirona me fazem pensar que, talvez, a alegria em beber, dançar, foder e beijar a noite inteira é apenas por achar que de alguma forma eu me aproximo de você.

penso então que os prazeres e gozos dessas últimas semanas se deram porque procuro em todas as pessoas um pedacinho de você, pra curar a minha vontade. a voz, a barba por fazer, os olhos de menino, a boca vermelha ou o corpo magro. acabei dando sorte de encontrar até o nome, mas o azar de continuar na maldita situação de não-vai-nem-racha.

pergunto pra mim mesma até que ponto isso pode ser saudável e se eu realmente quero saber o que se passa na sua cabeça. para mim é fácil quando bebo umas coisinhas por aí, tomo os remédios que carrego na bolsa e toda coragem do mundo me veste e fico pronta pra usar os apps do celular pra te ligar. só é difícil quando percebo que nem todas as coisas que uso me dão a vontade de chegar e falar "e aí, tá afim?". então fico me mantendo embriagada para não pensar nisso, não planejar nada, não maquinar o mal, não suspirar seu nome e nem pedir abrigo (mais).

ando comprando carteiras de cigarro em par e elas duram horas. ando experimentando outras misturas e elas nada duram. eu te procuro em todas as garrafas, mas acabo sempre com copos meio vazios, meias ligações, meios encontros.

eu achei que arctic monkeys tocava para a minha despedida, mas acho agora que eles tocam para eu e você.