Be the same.


Te conto segredos com os olhos e te levo pra sentar no meu recinto. Abro a garrafa de cerveja e encho teu copo. Meu prazer está na tua embriaguez. Abro teus olhos e me coloco em tuas mãos despida do medo e da frieza. Descarto cartas de um baralho cigano que me prende no chão, pra que tu tenhas total liberdade.
Ando à cavalo, corro entre corredores, subo e desço escadas para teu prazer. Enche-me então com relógios e me obriga apenas à esperar, esperar e esperar aos soluços.
Não há razão, pé ou cabeça. Não tenho motivos para esperar o teu "adeus" se já não me deixas habitar em ti. Não é necessário que me diga "hoje eu quero sair só" para que eu não esteja contigo. Há muito tens se esvaído de mim. Há muito, tens deixado meu coração para entrar e sair de meu corpo. Há tanto, espero que você venha e fique.
Me levo até ti. Ando milhas e não descansas meu pés. Corro descalço entre pedras e espinhos e teu sorriso não me recepciona. Grito teu nome. Tu me ouves e não me vê. Olha as coisas como estão. São de fato assim? Essa é a verdade que nos propomos a agarrar? Ainda bate o teu coração?
Tu não me soltas e nem me enlaça. Tu me deita e não me coloca em teu seio. Há tempos que não vejo tuas uvas gordas. Te trago flores e tu as amassa no bolso. Arranco minhas entranhas e as coloco em teus dedos e tu as solta no chão. Tapete é o meu peito pra ti.
Coloquei uma ancora em meu pescoço para não sair de teu mar. E quando já desfalecido e cansado entre o ar e água nos pulmões está meu corpo, tu só me pedes para esperar.

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