primeiro, ela invade.
invade sem pé na porta, mas entra em mim pelos poros da minha pele. meu corpo começa, lentamente, a adormecer em toda a sua leveza. ela muda minhas cores e torna tudo tão claro e tão transparente.
não há mundo do lado de fora da janela, quando ela me acompanha num cigarro. mais que um beijo, um abraço e um colo. como caranguejo que se esconde na toca, eu me acomodo em suas pernas para lembrar dos sonhos que ainda não tive.
e mergulho. sinto a água morna e salgada encher meus pulmões, assim, educadamente. correr não é uma alternativa a ser marcada. minhas pernas são como areia molhada e se desfazem quando o vento bate.

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