Queridas meninas

Ela estava linda naquela ocasião. Eu passei por ela e pela pressa e ansiedade eu não reparei no que havia passado por mim. Sentei-me alguns lugares depois do que se tornaria meu vício. Comecei então a reparar em quem estava na minha frente e seus adornos me paralisaram a visão. A voz saia tropeçando entre palavras que não podia dizer. Minha mente tão racional e negando meu signo me dizia: "Não se prenda a isso. Não se prenda a isso. Atenção!". Mas meu corpo queria algo diferente, queria tão somente tocar na pele branca de seu corpo, comê-la viva ali.
Resolvi me aproximar, atrás dela me sentei e para outra dimensão eu fui. Meu corpo inteiro se desfaleceu e se não fosse à campainha, o êxtase de me aproximar dela não teria acabado. Um furo na camiseta azul, costas desenhadas para que as deusas tivessem inveja. Quase tombo sob ela, numa vontade repentina de tê-la a qualquer custo.
Seu nome me soa familiar e todos os seus traços pintaram em meus olhos uma tela digna de Sylvia Ji. Eu parecia um brinquedo em sua mão, uma adolescente apaixonada. Ela me olhava e eu sorria compulsivamente. Solta, desinibida, parecia ter sido banhada em naturalidade. Prendia-me com maestria no jeito em que sorria, falava e simplesmente ficava quieta.
Um caderno, alguns scraps, desenhos diversos. Um texto a três mãos. Uma letra específica. Ela me encantou completamente. A doçura em forma de uma agressividade natural e imperceptível.
Hoje ela me visita em sonhos, em desejos e poluções. Volta à memória quando entro na face, quando vejo a tatuagem, quando me lembro de gatos e cadernos. 
Não! Não pense que isso é o que é tudo, de fato. Não! O que consegui colocar aqui não é um terço do que realmente passa dentro de minha cabeça. Não dá, não dá. Não dá... Eu só quero só desejo, só venero...

"Nunca foi tão claro como agora. Nunca foi tão real como hoje. Nunca senti tão profundamente!"



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