Mas com o passar do tempo, os risos já não mostravam nada. Os beijos não se chamavam. Os dias difíceis nos visitavam sem antes telefonar. O passado assombrava-nos na noite que um dia foi nossa. O canto e o violão pareciam desentoados e a música já tinha ido embora de mala e cuia. Nos deixávamos atordoados e confusos com a dúvida criada por nós. Eu via erros em você e em mim só havia o descaso. O peso de não confiar nos guiavam para pontes que já tinham sido queimadas. O seu ego tripudia em mim. Minha ignorância te olha ironicamente. O cinismo nos servia na cama. Os caminhos trilham para o desencontro. Gritos e noites separadas. Lágrimas com teor de álcool de 78% molhavam nossas roupas. Sentíamos as mesmas dores, e estas, eram criadas por nós mesmos.
Aos pouquinhos, aos pequenos pedaços, não vimos mais um motivo para sermos o que éramos antes. O que havia no ar foi extinto e a razão é desconhecida por todos. O que nos resta são mais anos e anos nos arrependendo do que poderia ter sido algo fértil. O sexo estava morto e o nosso negro amor também. Morremos em pequenas doses, em meio os sorrisos que já não se faziam presentes. Como amantes predestinados à morte antes do amor. Como histórias do século XII. Como romances de Carnaval. Como romances que acabam quando todos os confetes estão no chão.O que havia entre nós, agora é como um fantasma de algo que nunca fomos por completo. Se foi. Só nos restou a saudade. E isso é uma loucura... tchurutchutchutchu...
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